O ginásio do Rádio Clube Campo ficou pequeno neste sábado (21) para tanta energia, garra e determinação durante a IV Copa Grandes Mestres de Jiu-Jitsu, realizada pela FSMJJ (Federação Sul-Mato-Grossense de Jiu-Jitsu). Atletas de todas as idades subiram ao tatame em busca de medalhas, superação e evolução no esporte.

Entre os destaques, a equipe 67 Pantanal Association – CT Santana BJJ fez bonito, levando não só medalhas para casa, mas também grandes lições de vida. Três nomes chamaram a atenção: Gael Limas, com apenas 5 anos, que conquistou sua sétima medalha de ouro; Sophia Ramires, de 13 anos, que encarou a categoria acima do seu peso; e Davi, de 15 anos, que precisou perder 2 kg em apenas 4 horas para conseguir competir.

Garra e maturidade de gente grande

Mostrando uma maturidade muito além da idade, Sophia Ramires não se intimidou com a diferença de peso na categoria e deixou claro que, mais importante que vencer, é aprender.

“Apesar de não ter lutado como eu esperava, fiquei um pouco ansiosa por lutar acima do meu peso. Dei o meu melhor e cada competição que participo levo como aprendizado, nunca como uma derrota, pois estou sempre evoluindo no esporte. No próximo, em agosto, estarei melhor do que hoje. Quero agradecer à minha mãe, que sempre está do meu lado me incentivando e me dando uma grande força, é meu exemplo. E também ao meu mestre, que sempre está do meu lado e, após a luta, me deu vários conselhos que me ajudam muito no meu desenvolvimento no esporte”, disse emocionada.

A mãe da jovem atleta, Aline Ramires, que também pratica jiu-jitsu ao lado da filha, não esconde o orgulho:

“A Sophia é uma guerreira, menina forte. É um orgulho participar dos treinos com ela. E o jiu-jitsu tem oferecido muito benefício na vida dela. Melhorou muito na escola, é mais comunicativa, mais sociável… além da saúde física, claro.”

Superação no limite e lição para a vida

Outra história que emocionou quem acompanhou o campeonato foi a de Davi, que travou sua primeira batalha antes mesmo de entrar no tatame: precisou eliminar 2 kg em apenas quatro horas para não ser desclassificado.

“Perder dois quilos em quatro horas foi muito difícil, porque, ao mesmo tempo, eu pensava que ia ser desclassificado. Só que, ao mesmo tempo, eu sabia que ia conseguir. Essa motivação veio porque eu sabia que não podia desistir. Já venho batalhando isso faz tempo, querendo me superar a cada dia. O maior aprendizado é que eu preciso estar sempre preparado. Aprendi que, antes de tudo, preciso vencer a mim mesmo. Às vezes posso perder, mas uma hora a vitória vem”, contou.

Sr. Willian, pai orgulhoso de Davi, visivelmente emocionada, reforça como o esporte transformou a vida do filho:

“Me enche de orgulho, porque ele está buscando o seu objetivo. Ganhar é sempre bom e perder faz parte do processo, e o esporte proporciona isso. O jiu-jitsu tem mostrado para o Davi que ganhar e perder faz parte da vida, e que praticar esporte sempre traz disciplina e nos torna pessoas melhores nesse mundo.”

“O esporte, com certeza, mudou o pensamento do Davi. Ele já era de competir no futebol, mas se encontrou de uma forma muito positiva no jiu-jitsu, principalmente na disciplina. Tenho muito orgulho de poder ver essa transformação nele. Agradeço muito ao Santana e à Izi, que incentivam e encaminham ele para esse caminho, que tenho certeza que trará muita vitória.” completou Sra. Elizângela, mãe do guerreiro Davi.

Pequeno gigante também foi destaque

O pequeno Gael Limas, de apenas 5 anos, mais uma vez subiu no lugar mais alto do pódio, conquistando sua sétima medalha de ouro. Um verdadeiro fenômeno da nova geração do jiu-jitsu sul-mato-grossense.

A mãe do pequeno campeão, Valéria Limas, não esconde a emoção e o orgulho:

“Enxergo que ele fala que o Jiu-Jitsu será a vida dele, então eu enxergo que ele será um profissional de Jiu-Jitsu mesmo, vai ser um campeão, um faixa preta, tenho certeza. Com 16, 17 anos ele já vai ser um faixa preta, porque ele é muito dedicado e não vai ser só um hobby não. Ele leva muito a sério e vai levar para o resto da vida dele. Gael é um menino incrível, incrível. Do aplicativo a todos da academia, a determinação dele e tudo que ele decora, para mim, é incrível o que ele faz. Como mãe, eu sou suspeita pra falar.”

“Sim, me emociona muito porque ver uma criança que começou com três anos tão dedicada, com cinco ele se empenha, ele não falta nenhum treino, ele é focado no que ele quer. E ver ele brilhando, para mim, é o maior orgulho da minha vida. E ele sabe o nome dos golpes que eu não consigo decorar, e através dele que ele me incentivou a entrar no jiu-jitsu. E por conta dele eu não desisto, ele é minha maior motivação. E para eu acompanhar tudo isso é grandioso. Vejo que meu filho vai muito além. Ele é um menino dedicado, esforçado, inteligente, carinhoso. O jiu-jitsu mudou completamente a vida dele. Ele é uma criança que aprendeu a ganhar e a perder, então ele sabe que não é sempre que ele vai ganhar. E o jiu-jitsu é tudo para ele, é o que ele mais ama”, completou a mãe, emocionada.

O próprio Gael Limas, com toda sua simplicidade e alegria, também falou sobre sua paixão pelo esporte:

“Foi muito legal, me diverti muito. Gosto muito do jiu-jitsu, de aprender golpes e fazer amizades.”

O poder transformador do esporte

Por trás dessas histórias, está o trabalho incansável do Mestre Anderson Santtana, que comanda os treinos da equipe 67 Pantanal Association – CT Santana BJJ.

“É um privilégio enorme poder ensinar e conviver com os meus alunos. Eles estão apenas no início de suas trajetórias no esporte, e mesmo assim me deixam muito orgulhoso. Independentemente do resultado, eles vão para o campeonato, entram no tatame, lutam, se divertem e se superam”, destaca.

O mestre reforça ainda o poder transformador do esporte:

“O jiu-jitsu é uma excelente ferramenta para a formação deles. Tanto dentro quanto fora do tatame, eles aprendem sobre respeito, disciplina e moldam sua conduta. Os próprios pais relatam que, após começarem a treinar, eles mudam muito dentro de casa e na escola. Isso me deixa muito contente e me fortalece para seguir com esse trabalho.”

O que se viu no Rádio Clube foi muito mais que um campeonato. Foi uma aula de vida, disciplina, superação e amor pelo esporte. A IV Copa Grandes Mestres não foi só sobre medalhas, foi sobre crescimento, desenvolvimento pessoal e o fortalecimento de laços entre atletas, famílias e mestres.