Ancelotti chegou. Mas cadê o futebol da Seleção?
Com futebol burocrático e ataque travado, Seleção empata sem gols com o Equador e reacende dúvidas sobre o rumo da “nova era” sob comando do técnico italiano

A estreia de Carlo Ancelotti no comando da Seleção Brasileira era aguardada com expectativa. O currículo do treinador fala por si. Campeão da Champions, mestre em vestiários, especialista em gerir estrelas. Mas o que vimos em Guayaquil, na noite de quinta-feira, foi um Brasil apático, burocrático e previsível.
O empate sem gols com o Equador escancarou o desafio que Ancelotti terá pela frente. A Seleção não teve brilho, não teve agressividade, não teve cara. Teve posse de bola improdutiva, teve passes de lado e finalizações que não assustaram nem o bandeirinha.
Vinícius Júnior ainda tentou ser o diferencial. Mas isolado, sem triangulação e sem tabela, virou presa fácil. Richarlison perdeu uma chance clara. Casemiro, de fora da área, chutou sem direção. E assim passou o tempo, até o apito final, com um zero a zero que doeu mais que derrota.
Ancelotti, com sua elegância italiana, disse que a atuação foi “positiva”. Disse que o gramado atrapalhou. Que ainda está testando opções. Tudo verdade. Mas o torcedor não quer saber de desculpas, quer ver futebol. O Brasil não joga bonito faz tempo. E jogar bonito é obrigação de quem veste a camisa amarela.
A imprensa internacional foi direta: o jornal Marca falou em “sombra do que já foi”. O Olé chamou de “jogo sem alma”. E, sejamos sinceros, acertaram em cheio.
O Brasil está em quarto lugar nas Eliminatórias, atrás de Equador, Argentina e Uruguai. E, se continuar nessa toada, corre o risco de complicar o caminho para a Copa.
Ancelotti tem nome, tem currículo. Mas vai precisar mostrar mais. Porque aqui é Brasil. E aqui, empate sem gols contra o Equador não se comemora. Se lamenta.
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