
Em uma tentativa de demonstrar força diante da crescente pressão internacional, o governo de Nicolás Maduro lançou uma operação militar com 15 mil soldados na fronteira com a Colômbia, alegando combate ao narcotráfico. A ação ocorre dias após os Estados Unidos acusarem o presidente venezuelano e membros de seu alto escalão de liderarem um esquema internacional de tráfico de drogas, conhecido como “Cartel dos Sóis”.
A mobilização repentina levanta suspeitas sobre sua real motivação. Por que só agora, após anos de denúncias e evidências, o regime decide agir com tamanha intensidade? A resposta pode estar menos na preocupação com o tráfico e mais na tentativa de encobrir o envolvimento direto de figuras do governo com redes criminosas.
O governo afirma ter apreendido mais de 50 toneladas de drogas em 2025, mas os números não convencem. Sem auditoria independente e com instituições fragilizadas, os dados oficiais servem mais como propaganda do que como prova de eficácia. Enquanto isso, a população sofre com escassez, inflação descontrolada e repressão política — problemas que o regime insiste em ignorar.
A convocação de civis para se alistarem nas Forças Armadas e o discurso de “defesa da soberania” revelam uma estratégia antiga: usar o nacionalismo como escudo para evitar prestar contas. A presença de destróieres americanos no Caribe, embora polêmica, expõe a gravidade das acusações e o isolamento diplomático da Venezuela.
Editorial A Venezuela não precisa de mais soldados nas ruas — precisa de transparência, justiça e liberdade. A operação antidrogas anunciada pelo regime soa como teatro político, encenado por quem há muito perdeu o compromisso com a verdade. Enquanto o governo se esconde atrás de discursos inflamados, o povo continua pagando o preço de um Estado que se recusa a enfrentar seus próprios crimes.
*Com Informações JovemPam.
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