O tabuleiro político de Mato Grosso do Sul se movimenta com a velocidade de Brasília em semana de escândalo. O governador Eduardo Riedel (PSDB) está encurralado por pressões partidárias que exigem definição imediata sobre seu futuro: permanece tucano, muda para o PL ou tentará seguir como maestro de uma ampla coalizão sem rosto ideológico?

O que antes era conversa de bastidor virou pauta nacional. De um lado, a velha guarda tucana — comandada por Reinaldo Azambuja — articula com o PL e busca se manter no jogo majoritário. Do outro, lideranças bolsonaristas autênticas, como Capitão Contar, se articulam com Tereza Cristina (PP) para formar um núcleo duro conservador, mas que não aceita a adesão “oportunista” de ex-adversários à direita.

Segundo apurações recentes, Bolsonaro foi direto: o PL não aceitará a entrada do “combo Reinaldo-Riedel”. A mensagem é clara. O ex-presidente quer palanques limpos, ideologicamente alinhados — e sem os que “surfaram a onda” de 2018, mas trabalharam contra seus valores quando estiveram no poder.

Enquanto isso, Contar — que surpreendeu em 2022 — se aproxima de Tereza Cristina em Brasília e ensaia uma possível candidatura ao Senado. Seria o nome de confiança de Bolsonaro no estado, desbancando velhos caciques e se apresentando como a nova cara do conservadorismo raiz sul-mato-grossense.

Riedel, por sua vez, vê sua base escorrer pelas mãos. Sem partido definido, sem discurso claro, e agora, sem o apoio garantido do PL. Resta-lhe correr contra o tempo ou repetir o erro de tantos governadores que deixaram a decisão para a última hora — e acabaram isolados.

Mato Grosso do Sul não será apenas um campo de batalha eleitoral em 2026. Será o palco onde a direita sul-mato-grossense decidirá se quer se reinventar com coerência ou repetir alianças de conveniência. E, como diria Alexandre Garcia: o eleitor está atento — e mais exigente do que nunca.

*Com informações investigams