O Corinthians, um dos clubes mais tradicionais do país, está mergulhado em uma grave crise institucional após a Polícia Civil de São Paulo indiciar o presidente Augusto Melo e os ex-diretores Marcelo Mariano e Sérgio Moura por suspeitas de furto, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O escândalo gira em torno do polêmico contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet, assinado no início de 2024.

Segundo as investigações, uma parte do valor referente à comissão do contrato — aproximadamente R$ 900 mil — foi repassada a uma empresa de fachada chamada Neoway Soluções Integradas, cujo “dono” sequer sabia da existência da firma. A manobra levanta fortes indícios de que o dinheiro teria sido desviado em um esquema fraudulento articulado dentro do clube.

Além disso, o intermediário da negociação, Alex Cassundé, compareceu à delegacia com o celular completamente zerado, sem nenhum dado, o que chamou a atenção das autoridades por possível tentativa de obstrução da investigação.

A VaideBet, diante das denúncias, rompeu o contrato com o clube em junho, alegando falta de transparência e comprometimento. A crise atingiu em cheio o Parque São Jorge: o Conselho Deliberativo do clube reprovou as contas da atual gestão, que já acumula um rombo de R$ 829 milhões, e 85 conselheiros apresentaram um pedido de impeachment contra Augusto Melo.

O presidente tenta se defender, dizendo que o clube foi vítima e que ele sempre agiu com transparência. No entanto, as investigações apontam o contrário. O Ministério Público e a Polícia seguem apurando a fundo o esquema.

A Fiel cobra respostas. A torcida exige respeito. E a diretoria atual, ao que tudo indica, manchou o nome do Corinthians em um dos escândalos mais vergonhosos da história do clube.

O processo segue em andamento, mas o impacto já é devastador. O Timão, mais uma vez, está nas páginas policiais – e não pelas glórias em campo.