Assessor Fantasma e a Gratidão Relâmpago: O mistério do nomeado que pede emprego
Enquanto Campo Grande afunda em problemas reais, um assessor de vereador — que mal aparece no gabinete, mas aparece na folha de pagamento — procura outro político alegando estar desempregado. E o povo? Só observa o teatro da política

Campo Grande vive tempos de grandes revelações e pequenas vergonhas. A reportagem do Regional Notícia recebeu uma denúncia daquelas que fariam qualquer cidadão de bem levantar a sobrancelha — ou as duas.
Segundo relatos, na Câmara de Vereadores da capital sul-mato-grossense, um certo vereador (cujo nome, por ora, permanece no misterioso mundo do “não confirmado oficialmente”) teria nomeado um assessor que simplesmente... não aparece. Sim, isso mesmo. Um assessor “externo” — tão externo que nem o gabinete viu a cor da sua presença nos últimos meses.
A prática, se verdadeira, é um exemplo perfeito de como fazer política com “P” de piada. O assessor, que segundo informações foi candidato na última eleição (e aparentemente perdeu, mas ganhou um cargo de presente), teria conseguido essa boquinha como prêmio de consolação. Tudo certo até aí, afinal, a política brasileira adora misturar derrota nas urnas com vitória no contracheque.
Mas como tudo que é ruim pode piorar, vem o enredo surreal digno de novela mexicana. O tal assessor — nomeado, pago e “prestigiado” — recentemente procurou um deputado federal de outro partido (sim, você leu certo) para... pasmem... pedir emprego! Alegando estar desempregado, o moço teria esquecido que consta na folha de pagamento da Câmara. Talvez esteja vivendo uma crise de identidade funcional?
O mais curioso — e questionável — é que, ao fim do mês, a folha de ponto desse assessor “invisível” aparece assinada. E não por qualquer um. A assinatura vem diretamente do nobre vereador que, ao que tudo indica, possui habilidades psíquicas: assina por quem ele nem vê.
Tentamos contato tanto com o vereador quanto com o assessor para esclarecer essa trapalhada, mas, até o fechamento desta matéria, ambos preferiram o silêncio. O espaço, como manda o bom jornalismo, continua aberto para manifestação de ambas as partes — caso algum dia decidam que transparência é uma virtude.
Enquanto isso, a cidade segue atolada em buracos, filas em postos de saúde e creches lotadas, mas nossos legisladores seguem empenhados em outra missão: fazer política como se fosse ficção.
Se os assessores estão nomeados, pagos e ausentes, a pergunta que não quer calar é: qual o verdadeiro serviço prestado à população? Ou será que o maior talento exigido agora é a arte de desaparecer em plena luz do dia?
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