O presidente Nicolás Maduro anunciou ontem a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em toda a Venezuela. A medida ocorre após os Estados Unidos aumentarem a recompensa por sua captura e intensificarem operações antidrogas na região do Caribe, que Maduro classificou como “ameaças externas” e “agressões políticas e militares”.

A Milícia Nacional Bolivariana, criada por Hugo Chávez em 2008, é composta por civis voluntários e reservistas treinados para atuar ao lado das forças armadas. Embora o governo afirme que o contingente pode chegar a 5 milhões de integrantes, especialistas independentes apontam que o número de milicianos ativos é significativamente menor.

A mobilização de milhões de civis armados evidencia que a Venezuela segue consolidando um regime autoritário, que se vale da intimidação e da militarização para manter o controle da população.

Enquanto isso, o Brasil observa a escalada de Maduro sem um posicionamento firme, expondo sua vulnerabilidade diante de regimes que desrespeitam democracia e direitos humanos.

Não se trata apenas de um gesto contra pressões externas. Essa estratégia serve para reforçar o domínio interno de Maduro, transformando a retórica nacionalista em ferramenta de poder.

A comunidade internacional precisa atuar com firmeza: pressionar por mudanças internas, apoiar movimentos democráticos e isolar regimes que promovem a repressão e a violência. A omissão seria a prova de fraqueza diante de uma ameaça real à estabilidade regional.

*Com informações jovempan.