Caracas – As declarações da deputada Iris Varela, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), geraram forte repercussão neste final de semana. Durante entrevista concedida no domingo (17) ao programa Abriendo Puertas, transmitido pela Venevisión, a parlamentar afirmou que aqueles que pedem intervenção estrangeira no país “merecem a pena de morte”.

Apesar de reconhecer que a Constituição venezuelana não prevê esse tipo de punição, Varela disse que a chamada “pena máxima” deveria ser aplicada aos que considera traidores da pátria. A fala veio acompanhada da defesa do projeto de lei Orgânica Libertador Simón Bolívar, que busca inabilitar opositores de forma vitalícia para ocupar cargos públicos.

A proposta, segundo críticos, pode abrir caminho para criminalizar a divergência política e enfraquecer ainda mais a democracia no país. Setores da oposição já se manifestaram, afirmando que a medida representa uma clara tentativa de silenciar vozes contrárias ao chavismo.

Durante a entrevista, Iris Varela também acusou os Estados Unidos de inventar “patranhas” e conspirar para criar um cenário de instabilidade, com o objetivo de justificar uma possível intervenção militar. Ela ainda fez críticas a membros de seu próprio grupo político, os quais acusou de “olhar para o outro lado” diante das ameaças externas.

As falas inflamadas de Varela reacendem o debate sobre a liberdade de expressão e a repressão contra opositores na Venezuela. Para analistas, a retórica agressiva da deputada reforça o clima de tensão política no país, ao mesmo tempo em que levanta preocupações sobre o uso da legislação como ferramenta de perseguição.

*Com Informações Caraota Digital