Austrália reconhece Estado palestino e acende alerta para riscos no Oriente Médio
Decisão ocorre em meio à guerra contra o Hamas e levanta dúvidas sobre garantias de segurança

A Austrália anunciou que irá reconhecer formalmente o Estado palestino durante a Assembleia Geral da ONU em setembro. O governo australiano argumenta que a medida busca “abrir caminho para a paz” e afirma ter recebido garantias de que o Hamas não terá participação na futura administração palestina.
A decisão, no entanto, gera preocupação entre aliados de Israel. Em um momento em que o país enfrenta ameaças constantes, inclusive com reféns ainda em poder do Hamas, qualquer passo diplomático que enfraqueça a posição israelense pode ter reflexos diretos na estabilidade da região.
O histórico recente não inspira confiança. O Hamas, responsável pelo ataque que deflagrou a guerra há quase dois anos, segue ativo e influente em Gaza. Mesmo com o discurso de moderação por parte da Autoridade Palestina, não há garantias concretas de que grupos terroristas serão excluídos de um futuro governo.
Outros países, como Canadá, França e Reino Unido, já manifestaram apoio semelhante à criação do Estado palestino. Mas, para Israel, a prioridade segue sendo a segurança de sua população. O gabinete israelense aprovou recentemente um plano para controlar a Cidade de Gaza, em meio ao temor das famílias dos reféns.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde controlado pelo Hamas — números reconhecidos pela ONU — mais de 61 mil pessoas morreram desde o início do conflito. Enquanto a comunidade internacional cobra negociações, Israel mantém a posição de que sem garantias reais de segurança não há paz possível.
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