Ex-diretor do consórcio diz a Landmark que Campo Grande precisa de ar no busão
Durante CPI do Transporte Público, João Resende reconheceu a necessidade urgente de climatização nos ônibus

A CPI do Transporte Público ouviu nesta 2ª feira (16.jun.25), na Câmara Municipal de Campo Grande, o ex-diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, João Resende, e o atual diretor jurídico-administrativo, Leonardo Dias Marcello. Durante a oitiva, o ex-gestor reconheceu publicamente que a instalação de ar-condicionado nos ônibus da Capital é uma necessidade urgente, corroborando com o projeto defendido pelo vereador Landmark Rios (PT).
Ao ser questionado diretamente por Landmark sobre a viabilidade de oferecer ar-condicionado nos ônibus urbanos, João Resende respondeu. “Concordo com o senhor em gênero, número e grau pelo ar-condicionado no transporte urbano. Hoje é realmente um calor. Mas tudo tem preço, não é o consórcio que põe preço, é o sistema", afirmou.
Resende apresentou ainda comparações com outras capitais para ilustrar os desafios da medida, mas sem deixar de admitir sua importância. Segundo ele, em Curitiba, há cerca de 1.500 ônibus, mas apenas 40 possuem ar-condicionado, devido ao clima mais ameno. Já em Florianópolis, a tarifa técnica — ou seja, o custo real do sistema — é de R$ 7,20, e mesmo assim apenas parte da frota possui climatização. Por outro lado, Cuiabá (MT) tem 360 ônibus, dos quais 330 contam com ar-condicionado e idade média de 3,4 anos. No entanto, a tarifa técnica chega a R$ 10,50, embora o usuário pague R$ 4,95, o mesmo valor cobrado hoje em Campo Grande.
“Temos que deixar de lado a hipocrisia, a demagogia. Tudo tem preço. A diferença é que em alguns lugares há subsídio e prioridade política”, destacou o ex-presidente.
Durante a oitiva, Landmark reforçou que o papel do Poder Legislativo é garantir dignidade ao usuário, e que o conforto no transporte público precisa deixar de ser luxo para virar direito. “Essa fala do ex-presidente mostra que o problema não é técnico, é de vontade política. A população já paga caro. O que falta é prioridade. Campo Grande não pode continuar tratando o trabalhador com descaso dentro dos ônibus”, afirmou o vereador.
O Projeto de Lei nº 11.636/2025, conhecido como “Ar no Busão”, é de autoria de Landmark e propõe a obrigatoriedade de ar-condicionado nos novos ônibus do transporte coletivo da cidade. A proposta foi colocada em pauta em regime de urgência no último dia 29, mas a votação foi adiada após um pedido de vistas do vereador Beto Avelar (PP).
Na semana passada, Landmark e Beto se reuniram com Themis de Oliveira, novo diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, para discutir ajustes no projeto e viabilizar sua aprovação. A expectativa é que a proposta retorne à pauta já na próxima terça-feira (24).
*Com informações ms noticias
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