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Campo Grande,17/06/2025

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Católicos em queda, evangélicos em ascensão: a nova geografia da fé em Mato Grosso do Sul

Dados do Censo 2022 mostram que os seguidores de Roma já não são maioria absoluta no Estado; enquanto isso, o avanço evangélico revela uma mudança silenciosa nos corações sul-mato-grossenses


Católicos em queda, evangélicos em ascensão: a nova geografia da fé em Mato Grosso do Sul

O Brasil nasceu católico, mas já não vive como tal. Em Mato Grosso do Sul, os dados do Censo 2022 revelam uma mudança que não pode mais ser ignorada: o catolicismo, religião que moldou a história e os valores da nossa civilização ocidental, está perdendo espaço. A fé romana, tão enraizada, vem cedendo terreno — e não é por acaso.

Segundo o IBGE, a proporção de católicos no Estado caiu de 60,2% em 2010 para 51,9% em 2022. Uma queda de 8,3 pontos percentuais. Isso significa que, em números absolutos, mesmo com o crescimento populacional, os fiéis da Igreja de São Pedro passaram de 1.240.489 para 1.219.677. Perde-se o ritmo, perde-se o rebanho.

Enquanto isso, os evangélicos — em suas muitas denominações — avançam. Eles eram 25,9% da população sul-mato-grossense em 2010. Agora, são 32,5%, o que representa 763.096 pessoas. Um crescimento de 6,6 pontos percentuais, embora em ritmo um pouco menor do que em décadas anteriores. É a força das igrejas que falam direto ao povo, com linguagem simples, presença constante e forte atuação social.

Há símbolos nessa transição. A cidade mais católica de MS é Taquarussu, onde 76,31% dos habitantes seguem o Vaticano, mesmo que muitos nem saibam quem foi Leão XVI — citado com certo exagero por alguns, como se ainda estivesse no trono de Pedro. Já em Aquidauana, os tempos mudaram: lá, os evangélicos são maioria (45,74%), superando os católicos (40,07%).

Em Campo Grande, a capital, 45,65% se dizem católicos, enquanto 31,56% se declaram evangélicos. Já os que não seguem religião alguma são 10,26%, e esse número também deve preocupar quem ainda acredita que a fé tem papel civilizatório.

Em outras palavras, a religião que moldou as catedrais, a cultura, os feriados, os valores e as tradições do Ocidente, está recuando. E a pergunta que fica é: estamos apenas mudando de doutrina ou de direção?

Os dados do IBGE são frios, mas revelam o calor de uma mudança cultural. Não se trata apenas de fé, mas de identidade. O avanço protestante e a retração católica são sintomas de algo mais profundo: a busca por uma espiritualidade mais presente, mais pessoal, mais engajada. É o sinal dos tempos. E o tempo, como sabemos, não volta.

*Com Informações site o Jacaré




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