O sol castiga os sheiks
Emirados Árabes registram 51,6ºC e batem recorde histórico de temperatura em maio, enquanto vendem petróleo e sonham com energia limpa

A terra das palmeiras douradas, dos arranha-céus milionários e dos petrodólares escaldantes virou, nesta sexta-feira (23), uma versão modernizada do caldeirão do inferno. Os Emirados Árabes Unidos atingiram 51,6 graus Celsius, a mais alta temperatura já registrada no mês de maio desde que o homem começou a se dar ao trabalho de medir o calor que o próprio desmatamento ajuda a piorar.
O recorde foi cravado em Sweihan, uma localidade na região de Al Ain, conforme informou o Centro Nacional de Meteorologia (NCM). O forno climático chegou a esse ponto às 13h45, no horário local. Com isso, o país ultrapassou a marca do dia anterior — sim, o calor resolveu subir em escala progressiva — quando Abu Dhabi atingiu 50,4ºC.
Até esta semana, o campeão de maio era 2009, com 50,2ºC. Agora, a coroa está sobre uma cabeça suada e possivelmente em estado febril.
Ironia do destino (ou apenas consequência lógica): enquanto os termômetros derretem, os Emirados continuam sendo um dos principais exportadores de petróleo do planeta. Claro, tentam se redimir aos olhos do mundo com investimentos em energias renováveis. Mas, como sempre, os bilhões falam mais alto que as boas intenções.
O sol do deserto, porém, não negocia com a diplomacia climática. Ele apenas castiga. E castiga com gosto.
*Com informações Jovem Pan
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