Vacina em boneca? Ou seria caso para psiquiatra na UBS?
Em plena crise da saúde pública, mulher exige vacina para boneca reborn e expõe o colapso da razão — talvez esteja na hora de contratar psiquiatras para as UBSs

Senhoras e senhores, bem-vindos ao Brasil real, onde o surreal se torna rotina e a lógica é desmoralizada diariamente em nome de alguma narrativa emocional. A mais nova aberração ocorreu em Itapema, litoral de Santa Catarina, onde uma mulher compareceu a uma Unidade Básica de Saúde para vacinar... uma boneca. Sim, você não leu errado. Não foi o filho, o sobrinho ou o afilhado. Foi uma boneca reborn, dessas que imitam bebês humanos com perfeição. A criatura (no caso, a mulher) exigiu que a equipe de saúde aplicasse vacina em sua "filha de silicone".
E o mais alarmante não é a bizarrice em si — porque o Brasil, convenhamos, é uma usina de absurdos. O mais preocupante é o constrangimento da equipe de saúde que, acuada pelo medo de represálias ou acusações de capacitismo emocional, precisou dialogar seriamente com uma senhora que acredita que uma boneca tem direito à imunização.
Senhores gestores da saúde pública, atenção: será que, além de médicos e enfermeiros, agora precisaremos de psiquiatras plantonistas nas UBSs para atender esse tipo de delírio? Ou vamos seguir fingindo que está tudo normal, tudo bem, tudo lindo, em nome da inclusão dos objetos inanimados no SUS?
Vamos aos fatos. Segundo a matéria do portal Tocanews, a mulher exigia que sua “filha” — a boneca, repito, A BONECA — recebesse uma dose de vacina como parte da campanha de multivacinação. Obviamente, a equipe negou. E adivinhe: a mulher filmou tudo, indignada com a "discriminação" contra sua boneca. Sim, temos hoje vídeos de pessoas indignadas porque o Estado não vacina seus brinquedos.
É ou não é o fim da picada? (Ou melhor, o fim da seringa.)
Enquanto pessoas reais enfrentam filas, falta de insumos e atendimento precário, temos tempo e estrutura para debates sobre a inclusão de bonecos no cronograma vacinal. O Brasil precisa, urgentemente, vacinar a sanidade. Porque quem precisa de tratamento, com todo respeito — e um tantinho de urgência — não é a boneca. É a dona dela.
E aí, Ministério da Saúde? Vai disponibilizar ficha do SUS para a Barbie também?
*Com inforamções portal Tocanews
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