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Campo Grande,20/08/2025

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Fabio Sniper

O jogo sujo do Planalto

Sem apoio popular, o governo prefere a canetada de um ministro à voz de 513 deputados

O presidente Lula, na cerimônia de lançamento do Plano Safra 2025/2026, no Planalto, em Brasília - 1º/7/2025 / Foto Wilton Junior/ Estadão Conteúdo
O jogo sujo do Planalto

No Brasil de hoje, basta o Congresso fazer seu trabalho que o governo corre para o Supremo. A derrota de Lula na votação do IOF, com 383 votos contrários ao aumento do imposto, escancarou mais do que uma simples disputa orçamentária. Revelou a face autoritária de um governo que, incapaz de dialogar, busca impor suas vontades via judicialização.

A estratégia é clara: quando o Executivo perde no Legislativo, recorre ao Judiciário. E não se trata de simples divergência legal. É uma manobra política — e perigosa.

Recorrer ao STF para derrubar uma decisão legítima do Congresso é um atentado à democracia. É subverter a lógica da separação de poderes. É negar o papel do Parlamento como casa do povo. É declarar guerra à Constituição.

O papel do STF não é o de corregedor do Congresso. O STF não foi eleito. O STF não representa o povo. Ao assumir o protagonismo político nas decisões do Executivo, a Suprema Corte passa a ser cúmplice de um projeto de poder que não respeita o contraditório — apenas a imposição.

Essa não é a primeira vez. E, infelizmente, não será a última. O governo Lula já entendeu que pode usar o Supremo como um escudo para sua incapacidade de articulação. O problema é que, ao fazer isso, coloca em risco a confiança nas instituições e alimenta o sentimento — legítimo — de que vivemos sob um regime onde o voto tem cada vez menos valor.

Parlamentares da oposição já alertaram: o STF está se tornando um "superpoder", acima da Constituição. E mesmo partidos da base começam a desconfiar dos rumos tomados por Lula e sua turma.

O Brasil não pode aceitar esse tipo de golpe silencioso. A democracia morre não apenas com tanques nas ruas, mas também com silêncio nas sessões do Congresso e com liminares monocráticas. O STF precisa se lembrar do seu papel: interpretar a lei, não governar o país.

E o governo Lula precisa aprender a governar com o Congresso — e não contra ele.

*com informações Revista Oeste



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