Descaso na Gestão Adriane Lopes: Funcionárias de Terceirizada Denunciam Atraso de Salários em Campo Grande
Terceirizados Sofrem com Atraso de Salários Enquanto Prefeitura Permanece em Silêncio

Enquanto os salários de cargos de confiança permanecem um mistério em termos de pontualidade, o drama enfrentado por funcionárias terceirizadas da Prefeitura de Campo Grande expõe o descaso da gestão Adriane Lopes com quem realmente sustenta os serviços essenciais da cidade.
Funcionárias da empresa Abrace, responsável por prestar assistência domiciliar no sistema home care, denunciam estar há dois meses sem receber seus salários. A empresa, por sua vez, justifica os atrasos pela falta de repasses da prefeitura, que estariam suspensos há quatro meses.
A técnica de enfermagem Marlene Araújo Valente Soares, de 55 anos, vive um verdadeiro martírio. Desde dezembro sem pagamento, a profissional mal consegue garantir o básico para sua sobrevivência. “Estamos perecendo. Tem que pagar água, luz, internet, e não temos mais de onde tirar. O pouco que eu tenho foi graças à ajuda de um paciente”, desabafa.
A situação é ainda mais grave para outros trabalhadores que, ao contrário de Marlene, já pararam de atender pacientes por falta de condições mínimas para continuar. “Eu continuo porque fico com dó de abandonar os pacientes, mas não sei até quando vou aguentar”, relata a técnica de enfermagem.
Outra funcionária, que preferiu não se identificar, também enfrenta dificuldades extremas. Sem salário, teve a energia de casa cortada e agora depende de empréstimos para pagar as contas. “A gente cuida de vidas, mas ninguém valoriza. É melhor fazer faxina do que home care. Pelo menos você recebe pelo que trabalha”, lamenta.
A Abrace, contratada pela Prefeitura de Campo Grande desde 2019, já possui um histórico de denúncias por atrasos salariais. Em fevereiro de 2023, os funcionários também recorreram à imprensa para denunciar atrasos de dois meses nos pagamentos, uma situação que parece longe de ser solucionada.
A Prefeitura de Campo Grande e a Secretaria de Assistência Social (SAS) foram procuradas para comentar o caso, mas, até o fechamento desta matéria, não enviaram resposta. Em respeito ao princípio de imparcialidade, o espaço segue aberto para manifestações dos envolvidos.
E os cargos de confiança?
Enquanto profissionais essenciais enfrentam fome, humilhação e abandono, fica o questionamento: os altos salários dos cargos de confiança também enfrentam atrasos? Será que, na administração municipal, quem ocupa o topo da pirâmide não precisa se preocupar com contas de luz cortadas ou gasolina acabando?
A gestão Adriane Lopes deve explicações à população de Campo Grande e, principalmente, aos trabalhadores que mantêm a cidade funcionando, mesmo sem receber por isso. O direito básico ao salário é o mínimo de dignidade que qualquer gestor público deveria garantir.
COMENTÁRIOS