Mães Atípicas Protestam em Campo Grande e Denunciam Descaso e Desordem Administrativa na Gestão de Adriane Lopes
Em busca dos direitos de seus filhos, mães atípicas, após serem ignoradas pela prefeita municipal, realizaram um protesto em frente à Prefeitura de Campo Grande

A manifestação ocorreu na manhã de sexta-feira, 10/01/2025, na entrada principal do Paço Municipal, com o objetivo de cobrar respostas para a falta de medicamentos e materiais de uso contínuo para crianças e adolescentes atípicos da capital. O protesto foi motivado por acusações de que a prefeitura não está repassando os benefícios e auxílios necessários às crianças e adolescentes atípicos.
Entre as mães presentes, o desespero era visível, com relatos emocionantes sobre as dificuldades enfrentadas no cotidiano. Leila Servim, dona de casa de 43 anos, explicou as dificuldades que ela e outras mães têm enfrentado devido à falta de materiais essenciais para os filhos.
“Temos uma liminar que a prefeitura deveria cumprir, mas não cumpre. Meu filho precisa de uma dieta especial por meio de gastrostomia, mas não tem o frasco nem o equipamento necessário. Quando aparece a dieta, falta o frasco. E quando tem fralda, é de péssima qualidade, assando a criança, não tem remédio para convulsão, e nunca tem nada”.
Outras mães também compartilharam relatos angustiantes. Uma delas, visivelmente emocionada, desabafou:
“Você não pode ir pra escola porque não tem fralda. Uma menina inteligente só tem um problema. Tem mãe aqui que já não tem mais nada de móveis. Não tem colchão, não tem ventilador, não tem geladeira, não tem nada. Porque você é mãe, você vai ver seu filho que não sabe falar ali olhando pra você, e você olhando pra ele e o que você vai e dar pra aquela criança comer. Como é que você vai colocar uma fralda nela? E eu vou falar, 'Yasmin, não mije hoje porque não tem fralda pra você. Ela vai entender?”
Outro relato revelou o impacto psicológico devastador que muitas mães estão enfrentando:
“Nós 90% de nós estamos psicologicamente abaladas, e não por ter filhos especiais, mas sim porque... O sistema não é certo. Vamos abrir. Tem dias em que a gente levanta e não sabe o que fazer, você quer tirar sua vida. Muitas vezes julgam a mamãe que afogou o filho, que se suicidou, mas você não sabe o que a gente está passando. Há um tempo todo a gente não sabe o que a gente está fazendo."
Em meio ao desespero, uma das mães, quase sem esperança, fez um apelo direto à vice-prefeita Dra. Camila:
“Tem mãe tirando a vida por não aguentar o que está passando. A senhora tem que colocar a mão na consciência.”
"É inaceitável que quem mais precisa seja negligenciado dessa forma".
A deputada Camila Jara, em entrevista, afirmou que, após dois anos de tentativas de diálogo e diversas reuniões — incluindo encontros com a vereadora Luiza Ribeiro, o superintendente do Ministério da Saúde e o deputado federal Geraldo Rezende — a situação permanece sem solução.
Em resposta à má gestão dos recursos, a deputada anunciou que o caso será encaminhado ao Ministério Público Federal. Veja o video Aqui
"Vamos reunir toda a documentação e as denúncias para denunciar a má gestão dos recursos públicos em Campo Grande".
Por outro lado, a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) se manifestou em uma coletiva de imprensa, esclarecendo que, dos 13 empenhos de dietas emitidos no período, apenas 5 empresas cumpriram com as entregas dentro do prazo. Quatro empresas não realizaram nenhuma entrega e outras quatro efetuaram entregas parciais, com o restante ainda em atraso. Tal fala da secretária de saúde, Dra. Rosana Leite, gerou a expectativa de que os órgãos responsáveis pela fiscalização dessas entregas se posicionem e garantam a devida resposta e suporte para a Secretaria de Saúde Municipal.
As empresas, que atendem a secretaria de saúde, nessa área; Directa Comércio e Produtos Hospitalares Ltda, SG Nutrição Ltda, e CGA Negócios e Distribuição Ltda não realizaram nenhuma entrega até o momento e já foram notificadas pela SESAU.

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